terça-feira, 26 de maio de 2009

TEXTO DE UM ENCOTRO DE FORMAÇÃO DA PJMP DE TAPIRAMUTÁ


Encontro formação PJMP

   Para alimentar constantemente esta espiritualidade cristã o jovem necessita encontrar instrumentos, pessoas e momentos que lhe marquem profundamente lhe provoquem o desejo de verdadeira mudança. Estes meios colocam o jovem num processo constante de revisão de vida e de discernimento vocacional diante de Deus e diante do mundo. Além disso, o jovem que, ao optar pelo senhor, assume uma nova postura diante da vida é, naturalmente, percebido, notado, admirado e seguido pelos seus companheiros: “jovens evangelizando jovens”.

   Entre tantos meios para este exercício cotidiano de crescimento na fé, destacamos a importância:

Da oração pessoal: o diálogo pessoal, íntimo, profundo com Jesus Cristo, no Espírito Santo, nos fortalece na dignidade de filhos do Pai. O jovem é criativo quando se sente à vontade e amado por Deus. Olhando para Jesus que não se cansava de rezar ao Pai, principalmente nos momentos de maiores decisões, ele se sente motivado a fazer o mesmo. Além do mais, tudo pode ser matéria de oração; tudo pode ser assunto de conversa com aquele que só deseja uma coisa: entrega total irrestrita, constante a ele e, por isso, doação aos irmãos e irmãs. Assim caminha com Jesus Cristo cura as feridas, corrige os passos, orienta a vida, perdoa os pecados, acorda do comodismo e da inércia, critica as omissões. Dá alegria de viver. Não dá para ser de Cristo se não se reservam momentos especiais com ele, se não se conversa profundamente nem se envolve afetivamente em sua vida. Este contato amigo nos anima à conversão, à retomada do projeto de vida, ao desejo de santidade, fortalecimento da fé, da esperança e do amor. A comunidade de fé deve ser rica em criatividade para convencer o jovem deste valor e auxiliá-lo nas diversas formas de se fazer a oração pessoal, para torná-la, pouco a pouco, um hábito em sua vida.

   Da oração comunitária: Nem sempre é fácil rezar junto com os outros; mas sabemos o quanto isto é importante para a espiritualidade cristã. Em comunidade eleva-se a Deus uma voz uníssona. Juntos louvamos, pedimos, agradecemos, choramos, cantamos, silenciamos... Jesus fundou a Igreja e, em espírito de família, apresentamos a ele os sucessos, as fraquezas, os sonhos, as lutas do povo; é a expressão de uma comunidade que busca a mesma vontade do Pai. As muitas celebrações são momentos fortes de espiritualidade. Entre elas, destacamos a missa dominical. Não há desculpas que justifiquem a celebração da vida em comunidade. É preciso recuperar o Domingo como um dia especial de revigoramento espiritual ao conceder à comunidade e ao jovem a certeza de que Deus ultrapassa os dias, as preocupações, as frustrações,  os problemas, o cansaço tão presente na rotina dos outros dias da semana. É o dia de encontrar-se com os outros jovens e irmãos, também eles desejosos de novas respostas e forças para seu cotidiano. Por isto tudo, nossas comunidades se sentem desafiadas a oferecer aos jovens uma liturgia que contemple alegria e profundidade, espontaneidade e respeito, passado e presente, linguagem nova e tradição.

  Da participação na comunidade: Desde o início da História da Salvação vemos um Deus formando um povo e comunicando-se com ele, num processo constante de diálogo, convite à conversão e ao compromisso, com promessas de felicidade e fidelidade. Deus quis salvar a pessoa não isoladamente, mas participante de um grupo maior. A espiritualidade da comunhão fraterna é essencial na vida cristã e todo jovem é convidado, desde cedo, a fazer esta experiência fundante da fé através de seu envolvimento nas diversas responsabilidades assumidas na comunidade. O nosso testemunho de unidade, cultivado no exercício de cada membro de uma mesma comunidade, mostrará ao mundo a força transformadora da religião bem vivida. Ao lado do outro, descobrimos não só o que temos de comum ou de diferente, mas acreditamos na comunicação de Deus que se serve de todos para falar a todos. Uma rica vivência comunitária conduz a todos e o jovem a valorizar as experiências ecumênicas e as atividades sociais, em vista da contribuição conjunta na construção da Civilização do Amor.

   Do alimento na Sagrada Escritura: Deus, querendo deixar registrado na história todo o seu Projeto e sua vontade, serviu-se de várias pessoas para que pudessem escrever as experiências, as maravilhas, as quedas, as lutas, as fraquezas e as conquistas do seu povo. Quanto mais mergulhamos nas Escrituras, mais nos identificamos com este povo e adquirimos entendimento do que somos, para onde vamos e o que devemos fazer. Jesus Cristo-a palavra de Deus por excelência - ao se colocar como “Caminho, Verdade e Vida” ( Jo 14, 6) nos compromete a conhecê-lo profundamente. Nas Sagradas Escrituras entra em contato com este povo que - seguro da escolha de Deus-nunca desanima e sempre se mostra criativo para enfrentar o mundo e propor novos caminhos. Crer na palavra de Deus é essencial para um processo de crescimento do jovem que quer se comprometer cada vez, mas com este projeto arrojado do Criador. Mas não basta querer conhecer estas Escrituras; faz-se necessário um empenho da Comunidade Eclesial de favorecerem acesso, compreensão, instrumentos adequados, cursos para que o jovem possa entendê-la melhor e, assim, acolher com mais disposição e gratuidade esta Palavra que sempre está pedindo adesão e conversão. Como é bom ouvir falar que existem Escolas de Bíblia para jovens!

   Da vivência dos Sacramentos: De maneira toda especial encontramo-nos com Jesus na Celebração dos Sacramentos. O jovem, desejoso de ser adulto na fé, descobre na preparação e na celebração da Crisma uma ocasião de conhecer Jesus Cristo e de dá uma resposta generosa aquele que o cativou. Como é importante que esta preparação leve o/a adolescente e o jovem a Ter uma experiência de vivência comunitária de fé! Animado porque a Igreja conhece este grau de maturidade o jovem se ver num processo constante de alimentar-se da misericórdia de Deus e do pão decido do céu. O Sacramento da reconciliação preparada de maneira adequada e jovial, é capaz de envolver e regenerar aquele que, nesta fase delicada da vida, se sente bastante agredido, atormentado, seduzido por tantos contra-valores da sociedade comodista e hedonista. Deus que perdoa, também oferece um alimento eficaz ao jovem fraco e frágil: o Corpo e o Sangue do seu amado Filho Jesus. A evangelização da juventude precisa ter um coração eucarístico! A Comunhão eucarística, o exercício da adoração ao Santíssimo e tantas outras manifestações litúrgicas revigoram a vida do jovem e o incentivam a ser, também ele, pão para s necessidades do próximo. Quando a comunidade faz uma verdadeira opção pelos jovens ela é capaz de oferecer de maneira criativa e produtiva estes dois preciosos sacramentos da iniciação cristã que, com a sua freqüência, vão proporcionando também amadurecimento para a futura acolhida à benção de Deus pelos sacramentos do Matrimônio ou da Ordem.

  Da devoção a Nossa Senhora: o reconhecimento da presença materna e auxiliadora de Maria se desenvolve a partir das diversas expressões da piedade popular. Entre elas destaca-se a reza do terço com o qual, enquanto o jovem se sente abraçado pela Mãe, medita nos mistérios do Filho, seu irmão. De grande valia são também as Celebrações e Festas Marianas, as peregrinações aos Santuários de Nossa Senhora, as procissões em sua homenagem. Ao mesmo tempo em que a comunidade em suas orações apresenta os jovens a Maria, ela se preocupa em apresentar Maria aos jovens, envolvendo-os sempre nas diversas manifestações.

  De outros encontros espirituais: nossa tradição eclesial comprova o valor perene de momentos especiais que são promovidos para os jovens e com os jovens cuja finalidade é a formação e a espiritualidade. Encontros, Jornadas, Manhãs de formação são capazes de congregar muitos jovens interessados em encontrar algo mais profundo, provocativo, envolvente. Palestras bem ministradas, organização bem realizada e o clima de amizade são capazes de mexer com a vida dos jovens dando-lhes rumo, segurança, serenidade. Os diversos tipos de retiros, vigílias, celebrações provocam nos jovens grandes questionamentos e desejo de mudança de vida, principalmente quando são confrontados com a pessoa e a proposta de Jesus Cristo. Estes momentos devem ser bem organizados e conduzidos, de tal maneira que as várias dimensões da vida sejam contempladas, e não se tornem demasiadamente emocionais ou reivindicativos. Outras ocasiões fortes de espiritualidade emocionais ou reivindicativos. Outras ocasiões fortes de espiritualidade juvenil podem ser as romarias, caminhadas, peregrinações, acampamentos que, pedagogicamente, ensinam e vivenciam valores como o sacrifício, a renúncia, a perseverança. Como Igreja, sabendo que as pessoas e os jovens vivem aí momentos de abertura e acolhida, precisamos ser criativos nos convites, nas propostas, na linguagem e na condução destes momentos de Graça.

 Das leituras e reflexões: são de grande valia as leituras teológicas e espirituais como instrumento para o fortalecimento e o crescimento da fé. As vidas dos santos e de seus escritos podem contribuir enormemente para despertar ou alimentar a vida dos jovens que hoje, mais do que nunca, sentem necessidade de modelos, líderes, testemunhos. A comunidade e os assessores dos grupos e movimentos precisam favorecer e facilitar estes instrumentos que ajudarão os jovens a serem gradualmente mais maduros na sua vivência de  fé.

 

(CNBB 44ª Assembléia Geral)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

ALGUMAS LEMBRANÇAS: RETIRO ESPIRITUAL DE QUARESMA 2008



Todos os anos a Paróquia de Tapiramutá organiza, no tempo de quaresma, um retiro espirtualde três dias para os jovens. Também este ano foi realizado. O problema é que na mudança de site, o texto do retiro, junto com as fotos andaram perdidos. Por isso estamos publicando as fotos e o texto do retiro do ano passado.


Retiro espiritual de Quaresma para jovens

(Tapiramutá, 4-6 fevereiro 2008)[1]

 

 

Tema: Escolhes, pois, a vida (Dt 30,19)[2]

A vida como saída da terra do pecado, caminhando no deserto rumo a terra prometida

 

 

 

Reflexões de pe Paolo Cugini

 

 

 

Primeira meditação: sair de que Egito?

 

O tempo de quaresma, de um ponto de vista espiritual, é um caminho de saída do mundo do pecado rumo á uma vida mais autentica, aquela vida que se manifestou em Cristo e que recebemos nos sacramentos. Não é um caso que o livro por antonomásia deste período litúrgico seja o Êxodo, que narra a historia da saída do povo de Israel do Egito para a terra prometida. Neste caminho, que é ao mesmo tempo uma fuga, o povo de Israel passa paro o deserto. Nesta primeira reflexão fitaremos a nossa atenção sobre a situação do povo de Israel no Egito.

O Egito é o que? Folhando as paginas da Bíblia percebe-se que o Egito é considerada ao mesmo tempo uma tentação e uma queda constante do povo de Israel, pelo menos até quando o Egito foi uma potencia, que podia oferecer segurança para os povos vizinhos[3].

 

“Ai dos que descem ao Egito,

à busca do socorro.

Procuram apoiar-se em cavalos,

Põem a sua confiança nos carros, porque são muitos,

E nos cavaleiros, porque são de grande força,

Mas não voltam os olhares para o Santo de Israel,

Não buscam a Iahweh. (Is 31, 1).

 

Este é o problema espiritual de base: aonde Israel busca as próprias seguranças? É um problema central porque o âmago da vida de Israel é a Aliança com Iahweh, realizada na época de Abraão e renovada varias vezes. Uma aliança é um pacto entre dois parceiros que exige ser respeitado. Ainda mais uma Aliança como aquela que Israel realizou com Iahweh, pois é uma aliança cheia de promessas (cf Gen 15; Josué 24). Aliança com Iahweh significa para Israel buscar em Deus o próprio amparo, o próprio refugio. É esta idéia que é varias vezes repetida nos salmos (cf. Sal 18, 1-9). O problema da busca do amparo naquilo que não é Deus, na realidade começa já nas narrações do Gênesis. A Historia de José (Gen 37-50) pode ser lida já nesta perspectiva, apesar de o texto mesmo oferecer uma outra interpretação (Gen 45, 5). A busca de seguranças naquilo que não é Deus é um tema que perpassa todo o Antigo Testamento.

 

Ele me abandonaram a mim, fonte de água viva,

Para cavar para si cisterna,

Cisternas furadas, que não podem conter água. (Jer 2, 13).

 

A mesma atitude a encontramos em Saul (1 Sam 15), quando em vez de obedecer a Deus, por medo do povo, utiliza os animais da vitória para sacrificar a Deus.

 

“A obediência é melhor do que o sacrifício,

a docilidade mais do que a gordura dos carneiros” (1 Sam 15, 22).

 

A aliança é um compromisso que requer a confiança total no parceiro. Nessa altura, um sentido espiritual, podem afirmar que o pecado é sempre uma falta de confiança em Deus, na sua possibilidade de ser o nosso escudo, o nosso amparo. Se buscarmos refugio em outras fontes que não são Deus isso quer dizer que não confiamos mais nele, apesar das aparências (cf. o sacrifício de Saul). Mas porque o homem busca amparo em algo? Este dato que podemos chamar de antropológico, revela um elemento importante: o homem, a mulher manifestam uma fraqueza que necessita de uma ajuda. O homem é um ser dependente, cuja existência é dominada pela fraqueza. O instinto de sobrevivência empurra o homem para buscar algo que possa ampará-lo das ameaça, dos perigos da vida. É nesse pano de fundo ao mesmo tempo psicológico e antropológico que podemos entender a historia entre Deus e o seu povo. Uma historia feita de uma continua busca da parte de Deus de um povo que sente-se arrastado pelas necessidades humanas, que exigem respostas imediatas ás próprias necessidades, ás próprias carências. Iahweh pede para o homem a paciência de esperar a sua passagem, de confiar nas suas promessas, para aprender a não se deixar arrastar pela força espantosa dos instintos. A fé é a confiança na Palavra de Um Deus que promete de nos salvar da escravidão dos instintos egoístas que arrastam a nossa vida. O preço que devemos pagar é aprender a esperar, agüentar o sofrimento na hora que o instinto aperta a nossa vida. Confiar em Deus, na sua Palavra, nas suas promessas é o sentido do caminho da fé exigido no tempo de quaresma.

 

Voltando ao tema do Êxodo: o povo de Israel não agüenta mais a perseguição do Egito e grita para Iahweh. O grito do povo de Israel expressa uma vontade. Esta vontade é estimulada pelo peso da opressão (cf. Ex 1-3).

Este dado, que em aparência pode ser visto como negativo, na realidade aparenta elementos positivo. Somente que experimentou por um pouco, por alguns instantes a paz que vem de Deus, antes ou depois a procura. Além disso, somente quem fez a experiências de uma Aliança, que em outras palavras pode ser considerada uma vida com regras para serem respeitadas, sente o peso do negativo. Dizia um padre da Igreja antiga que, até quando a alma de uma pessoa é como uma praça aberta aonde quem quiser pode entrar, o mal não é percebido. O pecado é percebido como tal quando a pessoa começa a colocar algumas portas na própria alma: ali começa a ser percebido o pressionamento. No Evangelho de João Jesus mesmo se apresenta como a porta (cf Jo 10). A Palavra de Deus, a sua proposta de vida, a Aliança é sem duvida uma porta bem firme posta na alma contra todo o tipo de mal que pode devastá-la, saqueá-la. E esta porta quanto mais é colocada firmemente na alma, tanto mais é sacudida pelas forças externas que tentam a toda hora de derrubá-la. Este é o sofrimento da alma, a luta interior da qual sempre fala Santo Agostinho e que se tornou um dos temas da mística cristã.

 

Do ponto de vista espiritual, sendo que somos no interno de um retiro espiritual, podemos nos perguntar:

Será que queremos mesmo sair da nossa terra do Egito? O estamos vivendo nela a vontade? Estamos percebendo o peso do desastre que a convivência nesta terra está provocando em nós? O devemos esperar que a nossa alma esteja toda esfacelada?

A pergunta é importante também porque no Evangelho, os milagres de Jesus acontecem amiúde atrás de uma vontade da pessoa doente:

 

“Que queres que eu te faça? O cego respondeu: Rabbuni!

Que eu possa ver novamente” (Mc 10, 51)[4].

 

Nesta primeira parte do retiro, no tempo de silêncio que teremos a disposição deveríamos nos perguntar: queremos de verdade ser curados? E de que? Sabemos quais são os males que estão devastando a nossa alma? Ou somos com o rei Acaz (cf. Is 7,7ss) que, procurado pelo profeta Isaias para pedir um sinal, ele respondeu que não queria não, que queria deixar em paz o Senhor?

Além do mais se o pecado, como vimos mais acima, é buscar segurança naquilo que não é Deus, em quem ou em que estamos colocando a nossa confiança? Quem são os nossos talismãs, os nossos feitiços?

A resposta a estas pergunta exige um conhecimento de nós mesmos que talvez não temos. Por isso é importante o retiro, a experiência do silencio, para aprendermos a lidar com nós mesmos, a conhecer o que está dentro do nosso coração, conhecer quem de verdade está dominando a nossa alma.

O pecado é uma doença espiritual que atrapalha o nosso desenvolvimento não apenas religioso, mas sim existencial. Colocando, talvez implicitamente (é isso que deveremos descobrir nestes dias!) a nossa segurança em algo que não é Deus, é toda a nossa existência que fica desnorteada chegando até ao ponto de se perder, perder o seu rumo e, com isso, a alegria da vida.

 

 

Segunda meditação. Os passos no deserto: para onde ir?


A viagem sempre foi uma metáfora da vida que encontramos em muitas literaturas. O Êxodo, porém, é muito mais de uma viagem, pois é uma viagem no deserto. Podemos pensar, sem forçar demais a metáfora, que o deserto seja o período da vida aonde a pessoa é convidada a escolher e, então se identifica com a adolescência e a juventude. Por isso, podemos dizer que até quando uma pessoa não encontra o rum da própria vida, até quando não percebe a própria vocação, vive no deserto, com o perigo de não sair nunca daí. No deserto o povo entra, mas não sabe se sairá vivo. Por isso a angustia dos primeiros dias e a continua murmuração contra Moisés.

 

Depois da passagem do mar Vermelho o povo de Israel é conduzido no deserto rumo á terra prometida. É no deserto que o povo experimenta a dificuldade de uma vida em liberdade. Este é o grande paradoxo: o povo no Egito se queixava da opressão e agora no deserto se queixa do preço da liberdade.

 

“O povo murmurou contra Moisés dizendo: que havemos de beber?” (Ex 15, 24).

 

A viagem do povo de Israel no deserto, do ponto de vista espiritual, é uma grande metáfora sobre o sentido da vida, sobretudo sobre ás dificuldades que o homem de todos os tempos encontra para passar de uma mentalidade material á uma espiritual. No deserto o homem experimenta a fraqueza da própria vida, dos próprios limite humanos. Vida espiritual é deixar as falsas seguranças mundanas, para aprender a confiar em Deus, na sua Palavra. No deserto o povo de Israel sente fome, sete, depara assim com o nada do próprio ser, percebe que é um ser que depende de tudo, que não é autônomo, mas que precisa de algo, de alguém pra sobreviver. É neste contexto de sofrimento e de luta que o povo aprende a descobrir a sua verdadeira identidade. O primeiro inimigo que o povo encontra no deserto é a saudade.

 

Antes fossemos mortos pela mão de Iahweh na terra do Egito, quando estávamos sentados junto á panela de carne e comíamos pão com fartura! Certamente nos trouxestes a este deserto para fazer toda esta multidão morrer de fome” (Ex 16,3).

 

A saudade do tempo passado, idealizado como se fosse a época do ouro, é o primeiro grande obstáculo que encontra o povo de Israel saindo da terra de escravidão. O preço que a liberdade exige na primeira fase é a capacidade de agüentar os apertos da vida, para não se entregar aos primeiros benfeitores. Quem é acostumado a ter satisfeito o mínimo necessário de sobrevivência acha isso, ao longo dos tempos, uma delicia, sobretudo quando passa por alguns apuros.  Transferindo isso no plano existencial como podemos chamar estas fomes e sede? O homem sente fome e sede de que? Fome de sucesso, de ser considerado; sede de dinheiro, de fama, de gloria humana; necessidade de se sentir alguém, procurando no mundo o respaldo pela própria gloria. No deserto, no silencio e na solidão do deserto o homem, a mulher, aprende que tudo isso é fumaça, é ilusão, que não são estas coisas que podem oferecer uma identidade á pessoa e que precisa buscar além, mais em profundeza. No Egito os israelitas tinham pão e carne, mas não tinham a liberdade. No deserto o povo de Israel tem a liberdade, mas a um preço muito caro que eles mesmos não estão querendo pagar.  Jesus mesmo alertava as pessoas a não buscar a própria gloria nos homens.

 

Se ouvires atento a voz de Iahweh teu Deus e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, se deres ouvido aos seus mandamentos e guardares todas as suas leis, nenhuma enfermidade virá sobre ti” (Ex 15, 26).

 

No caminho do deserto o povo é convidado a confiar em Deus, na sua Palavra, a fazer a experiência da presença de Deus. Sem esta experiência e sem esta confiança é impossível passar o deserto da vida. Infelizmente já conhecemos o êxito triste desta historia: nenhuma das pessoas que saíram do Egito entraram na terra prometida, pois todos morreram no deserto como conseqüência da falta de confiança em Deus e na sua Palavra.

 

Eu ouvi ás murmurações dos israelitas; dize-lhe: ao crepúsculo comereis carne, e pela manhã vos fartarei de pão: e sabereis que eu sou Iahweh vosso Deus” (Ex 16, 12).

 

No deserto o povo deve aprender a se alimentar com a comida que Deus mesmo oferece, a se desligar da comida do mundo. A carência do homem se não preenchida produz um vazio, que provoca aquela angustia que o homem não agüenta. O homem que vive no Egito se acostumou a preencher o vazio com as poucas migalhas que o poder oferecia. Aprender a se alimentar com a comida de Deus significa também sair de um estilo de vida egoísta e auto-suficiente, que provoca desigualdades. No deserto ao longo da caminhada o povo de Israel aprende que perante Deus ninguém é melhor de ninguém: todos comeram do mesmo pão e da mesma carne e beberam da mesma água. Além disso, o povo aprende que quem dá dignidade á uma pessoa não a quantidade das coisas que possui, nem a quantidade de dinheiro eu pode conseguir: no deserto não existe rico. O deserto nivela as pretensões humanas: é ali que aprendemos o nosso verdadeiro valor, que não se mede com o numero de coisas que temos, mas pela graça de estarmos á presença de Deus.

A lógica do deserto é a lógica da essencialidade. É através de uma vida essencial que aprendemos a medir o nosso valor pela nossa dignidade de filhos e filhas de Deus, e não pelas coisas materiais que possuímos. No deserto Deus nos ajuda a ter um olhar diferente sobre o mundo e sobre nós mesmos.

 

As provações de Deus é antes de mais nada a luta cotidiana que o homem deve enfrentar no meio das dificuldades e obstáculos sem perder a confiança e a esperança. As provas do povo de Israel livres são: o cansaço, a saudade do passado, o medo dos inimigos, a segurança da casa do Egito. Tudo isso se traduz nas tentações da fome, da sede.

 

Através de Moisés Deus oferece alguns sinais da sua presença que o povo nem sempre percebe.

 

 

Terceira meditação: a dificuldade de viver em liberdade

 

Problema inicial: Porque o povo de Israel teve tantos problemas no deserto? Porque não conseguia agüentar o aperto do deserto? Porque na realidade nos anos do Egito o povo não viveu, mas entregou a própria vida ao Egito. A vida é liberdade e é na liberdade que uma pessoa experimenta a capacidade de ser criativo. É num clima de liberdade que uma pessoa aprende a tomar decisões e a levar o poso das mesmas. É na liberdade que uma pessoa experimenta que a vida não é só alegria, mas é também sofrimento, dor. É na liberdade que as pessoas aprendem a amar: sou uma pessoa livre ama, ou seja, se doa ao parceiro de uma forma desinteressada, não apenas para tirar um proveito, uma lasquinha pra sim, um interesse. Somente na liberdade amamos gratuitamente. É por isso que o povo de Israel no aperto do deserto vive o tempo todo se queixando e desejando voltar atrás. Na realidade o povo de Israel até então nunca tinha experimentado o sabor da vida, o gosto de viver, de pensar autonomamente, de criar algo de novo, de decidir, de pagar o preço dos seus atos. A historia do deserto é a Historia de Deus que tenta educar o seu povo para que se torne livre, adulto, capaz de enfrentar a vida, de encará-la. O êxodo, neste sentido, é também a historia de um grande fracasso, pois Deus não conseguiu a criar o seu povo: todos morreram por causa das suas infidelidades.

 

Entrando no deserto, aprendendo a não confiar mais nas seguranças humanas, percebo a verdade das palavras de Jesus que me convida a renunciar a mi mesmo, a tomar a sua cruz e segui-lo.

 

Quem ama a sua vida a perde e quem odeia a sua vida neste mundo guardá-la-á para a vida eterna.

Se alguém quem me servir, siga-me; e onde eu estou, ai também estará meu servo” (Jo 12, 25-26).

 

 

Êxodo 32-34: o bezerro de ouro.

 

“... E fabricou com eles uma estatua de bezerro” (Ex 32, 4).

Esta historia revela um outro lado verdadeiro e ao mesmo tempo triste da natureza do homem. O povo precisa de alguém para entregar a própria vida: se não for Deus, deve ser algo de diferente. Por isso é necessário manter um contato constante com a Palavra de Deus, que nos mostra a realidade da nossa existência. Quem não se acostumar a fazer isso, antes ou depois entregará a própria vida ao primeiro ídolo de turno. Nestes dias de silencio poderíamos nos perguntar: quais são os nossos ídolos, os nossos bezerros de ouro? Pra quem estamos entregando a nossa vida?

 

 

O povo assentou-se para comer e para beber, depois se levantou para se divertir” (Ex 32, 6).

É disso que o povo mais gosta: se divertir! O povo, por todos os motivos que já colocamos, não agüenta o pressionamento da vida, o sofrimento contido nela. Por isso, logo que chega alguma desavença, o algo de imprevisto que causa angustia, procura logo uma solução. Esta festa do povo não é alegria, mas uma maneira de fugir. É um sofrimento mascarado, é uma gritaria e uma bebedeira pra não sentir o aperto do sofrimento interior.

 

O teu povo perverteu-se. Depressa se desviaram do caminho que eu lhe avia ordenado” (Ex 32, 7-8).

O caminho espiritual exige tempo e constância. Não basta um retiro espiritual, ou uma experiência forte de Deus. É preciso que a palavra penetre até dividir alma e espírito, junturas e medulas (cf. Heb 4, 12). Até quando a Palavra de Deus não desceu no abismo dos instintos, modificando a estrutura egoísta dos mesmos, é ainda cedo pra falar de conversão. A historia do povo de Israel nos ensina que o nosso coração é duro pra se converter a Deus, resiste á sua Palavra.

 

Ex 32, 11-14: a mediação de Moisés em favor do povo.

 

Quando se aproximou do acampamento e viu o bezerro e as danças, Moisés acendeu-se de ira...” (Ex 32, 19s).

 

O mesmo Moisés que pouco antes tinha feito de tudo para abrandar a ira de Deus, perante a malandragem do povo não agüenta: quebra as tabuas em cima do bezerro de ouro. Porque isso? É o zelo do homem de Deus que não aceita a idolatria, o pecado escancarado. Existe um limite pra tudo: também para o servo do Senhor. Moises é considerado o homem mais manso da terra; apesar disso em varias circunstâncias o encontramos tomado por sentimentos de ira contra o pecado do seu povo. Isso poderia ser uma contradição, mas na realidade não é não. De fato, o amor a Deus passa também por sentimentos negativos contra aqueles que desrespeitam a sua Palavra, sobretudo quando isso acontece de uma forma escancarada.

 

O povo estava desenfreado... Moisés exclamou: quem for de Iahweh venha até a mim” (Ex 32, 25s).

 

O pecado deixa o povo fora de sim, a mercê dos seus instintos mais baixos. O pecado é uma foca devastadora que, se não contornado, leva o homem à ruína. O episodio dos filhos dos levitas passando pelo campo dos hebreus matando a todos aqueles que tinham-se envolvido com a idolatria do bezerro de ouro, é uma metáfora que quer nos ensinar que o pecado deve ser  perseguido até arrancá-lo de dentro da nossa alma. O pecado, assim como a Bíblia o interpreta, tem sempre um cunho coletivo. O meu pecado pessoal afeta sempre os meus irmãos e irmãs. Por isso, apesar desta pagina ser extremamente violenta, contem uma sua pedagogia intrínseca. É Deus que tira o pecado: este é um dado importante para ser lembrado. É Cristo o Cordeiro de Deus que veio para tirar o pecado do mundo.

 

Quando passar a minha gloria colocar-te-ei na fenda da rocha e cobrir-te-ei com a palma da mão até que eu tenha passado” (Ex 33, 22).

 

Uma das experiências mais dolorosas da historia do povo de Israel se transforma numa das historias espirituais mais profundas de todo o Antigo Testamento. Moisés é o homem que encontro graças aos olhos do Senhor. Além disso, é o homem que Deus conhece por nome. Estes versículos são uma revelação extremamente importante por nós.De fato, nos revelam que o Deus de Israel, não é um Deus anônimo, mas sim um Deus que fala pessoalmente conosco. A Historia de Moisés, neste sentido, é o protótipo da historia do homem, do relacionamento pessoal que Deus quer instaurar conosco. Moisés continuamente procura a Deus, ao longo da viajem no deserto, pra saber o rumo, o itinerário do caminho que deve realizar. Deus não quer como parceiros automas, escravos, mas sim pessoas livres. É este o sentido da peregrinação no deserto. Só um povo livre consegue ser parceiro de Deus e somente na liberdade interior podemos experimentar a presença de Deus. Deus quis liberar o seu povo da escravidão do Egito para que desta maneira tivesse a possibilidade de conhecê-lo e, assim, de amá-lo. É nestas paginas extremamente profundas do livro do Êxodo que encontramos a mística do relacionamento pessoal do homem com Deus. Moisés é chamado por Deus antes de tudo dentro um caminho de aprofundamento do conhecimento de Deus. A sua missão, de fato, não é apenas libertar o povo da escravidão do Egito, mas sim também ajudar o povo a descobrir o rosto de Deus, ou seja a conhecer melhor o Deus que o está conduzindo rumo a terra prometida. Este me parece ser o dinamismo da vida espiritual, que nunca, quando for autentico, se reduz numa experiência isolada e autocentrada. Quanto mais o relacionamento com Deus sai dos mecanismos frios de formulas aprendida mecanicamente para um dialogo pessoal, quanto mais este conhecimento pessoal e aprofundado de Deus leva as pessoas a elaborar caminhos de libertação. Na espiritualidade bíblica o momento subjetivo é sempre interligado com o serviço ao povo.

Quando a Igreja trabalha pela libertação do povo não realiza apenas um trabalho social, mas antes de tudo espiritual. Além disso, poderíamos nos questionar durante estas horas de silencio: como é o nosso relacionamento com Deus? A quaresma deveria ser um caminho de saída de um relacionamento mecânico, frio com Deus, para um relacionamento sempre mais personalizado.

 

 

Quarta meditação: escolhe, pois, á vida (Dt 30, 19).

 

Deuteronômio 28; 30. O caminho do Êxodo tem como objetivo levar o povo na terra prometida. O problema é que Deus que não quer arrastar o povo dentro a terra, mas quer que seja o povo mesmo a querer entrar. A final de conta o povo deve se decidir deve, em outras palavras, escolher. Voltar atrás é tarde de mais: trata-se, então, de continuar o caminho. Só que o povo deve ser bem consciente daquilo que quer.

 

Pra chegar a uma decisão definitiva são necessários alguns elementos:

                

1.      Dt 29, 1-8: Fazer memória: aprender a lembrar continuamente, ao longo do percurso, os prodígios que Deus realizou na nossa vida. Por isso antes do caminho no deserto Deus realizou a Páscoa pedindo para eles sempre realizar este rito, que é um memorial (cf. Ex 12). Somente fazendo memória continuamente dos prodígios que Deus realizou no meio deles, o povo tem chances de chegar na terra prometida, sem desviar, sem se deixar atrair para outras propostas ao longo do caminho. O pecado do povo nasce sempre de uma falta de memória: o povo esquecendo não lembra mais o motivo da própria saída, da própria vida e se perde atrás de outros deuses.(do ponto de vista espiritual aqui podemos colocar a importância do costume de anotar as própria reflexões espirituais num caderno, pra não perder a riqueza da reflexão do momento e para, depois, reler com calma as mesmas reflexões).

 

2.      Dt 29, 17-20: limpar o coração de qualquer forma de pecado, de idolatria. Esta é uma exigência fundamental para manter a mente atenta aos mandamentos do Senhor, manter a mente firme na mete que o Senhor quer que alcançamos. Atualizando estes versículos: se o sentido da quaresma é pela Igreja ajudar os fieis a se preparar para celebrar o grande mistério da Páscoa do Senhor, da sua paixão, morte e ressurreição, esta preparação passa através a tomada de consciência do nosso pecado, que impede uma plena adesão á vontade de Deus. Por isso é bom finalizar o tempo de quaresma com uma confissão sacramental, através do sacramento da penitencia.

 

3.      Dt 30, 1-4: escutar a Palavra de Deus[5]. É impossível chegar na terra prometida sem um esforço cotidiano de meditação da Palavra de Deus. Escutar a Palavra de Deus significa interiorizá-la, fazer com que penetre no coração da gente e influencie os pensamentos, as decisões, os atos da via. Escutar a Palavra de Deus exige uma educação interior que requer tempo e paciência.  Trata-se, de fato, de fazer espaço á Palavra para que ela devagarzinho molde os nossos pensamentos. A Palavra deve encontrar espaço na nossa vida: é esta uma tarefa que cabe a nós resolver. Precisamos planejar tempos e momentos cotidiano para realizar este exercício espiritual, para que de verdade a meditação da Palavra se torne um costume cotidiano e não apenas um sentimento do coração que acontece de vez em quanto.

 

Estes três elementos são fundamentais para que possamos chegar a uma decisão definitiva, que é o sentido mesmo da vida e do caminho no deserto. Podemos dar a tudo isso um sentido vocacional. De fato, na adolescência e na juventude tudo é feito ou deveria ser feito para chegar a uma decisão definitiva. No deserto da adolescência e da juventude caminhamos para vislumbrar plano que Deus preparou para cada um de nós. Qualquer ele seja, porém, vale salientar que a vida é um chamado ao amor e o homem e a mulher são chamados por Deus no mundo para realizar a grande vocação do amor. Como nos lembra são João[6] se quisermos entender o sentido autentico do amor, que é ao mesmo tempo o sentido autentico da nossa vida, precisamos fitar os olhos em Jesus. É ele, de fato, que mais de qualquer outro manifestou para o mundo o amor de Deus. Jesus veio ao mundo manifestando o sentido do verdadeiro amor se doando totalmente e gratuitamente para Deus e para os irmãos e as irmãs: é este o sentido do amor. Pra chegarmos a vivenciar esta maneira de amar precisamos seguir as pegadas que Cristo mesmo deixou na terra. Também Jesus, como o povo de Israel percorreu o seu deserto, se libertando progressivamente de tudo aquilo que não precisava para viver uma vida autentica de amor. É importante, nessa altura, lembrar alguns versículos que salientam as necessidades espirituais das pessoas que querem aprender de Jesus o jeito de amar.

 

a.       renunciar aos afetos (Lc 14,25).

b.      Renunciar aos próprios projetos (Jo 12, 25-26).

c.       Renunciar aos bens materiais (Mc 10,23-31)

 

 

 

Claramente precisamos atualizar estes versículos de Jesus na nossa realidade. No ensinamento radical de Jesus um dado é bem claro: ninguém pode sonhar de aprender a amar sem se libertar dos falsos ídolos que atrapalham a nossa existência. Quem quiser ser livre e viver em liberdade, ao longo da vida deve aprender a renunciar. O problema é perceber o que está atrapalhando a nossa capacidade de escolher. Somente uma pessoa reflexiva, acostumada a meditar, a entrar em si mesma meditando a Palavra de Deus, tem chance de captar os problemas que estão afetando a alma. Renunciar é sinal que algo está sendo percebido como mais importante. Somente quem renuncia manifesta que está perseguindo um valor mais alto.

 

Deus me chama para sair do Egito e me encaminhar rumo a terra prometida, que é a minha vocação, ou seja, a maneira com a qual Deus me convida a viver a minha vocação amar. Pra chegar nesta terra é preciso percorrer o deserto, que pode ser o símbolo, a metáfora da adolescência e da juventude, que é o tempo da vida no qual Deus se manifesta e manifesta o sentido da vida.

 

 

Indicações para o dia do deserto

O perigo, para quem não é acostumado a passar algumas horas em silencio, é perder tempo, viajar com a cabeça, sem rumo. Por isso, para valorizar o tempo que Deus nos oferece neste dia de deserto, é preciso organizar o tempo, dividindo-o em momentos, alternando leitura da Bíblia, meditação, reflexão escrita e assim em diante.


[1] Participaram 19 jovens (5 deles de Miguel Calmon). O retiro espiritual aconteceu na casa paroquial.

[2] É o tema da Campanha da Fraternidade 2008.

[3] Não é um caso que a referência ao Egito se encontra nas profecias do primeiro Isaias, que remonta ao VIII° século a.C., quando ainda o Egito constitutiva uma ameaça constante ao equilibro político de toda a região mediterrânea. Nos grandes profetas do VI° século a.C., como Ezequiel e Jeremias, não se encontra uma referencia sequer ao Egito, a não ser por outros motivos (cf. Jer 42-43).

[4] Cf. o capitulo 8 de Mateus, dedicado aos milagres de Jesus.

[5] Cf. também o famoso texto de Dt 6,4.

[6] 1 Jo 4.

terça-feira, 5 de maio de 2009








Todo ano a paróquia de Tapiramutá oferece para os jovens uma oportunidade para aproveitar do tempo de verão para aprender alguma coisa e para socializar. Eis aqui algumas fotos e o texto do projeto.

Projeto juventude no verão 2009


Tema: a paz é fruto da justiça


Objetivos:

1.     Oferecer um espaço formativo para os jovens no verão

2.     Trabalhar o tema da CF 2009 com a juventude

3.     Criar alternativas de lazer e de diversão para a juventude no período do verão

 

Período: de 3 de janeiro á 6 fevereiro 2009

Local: ambientes do Centro paroquial

Horário: das 15 ás 22, de segunda a sexta.

 

Atividades:

v Teatro

v Pintura

v Palestras sobre o tema da CF 2009

v Cinema

v Esporte

v Passeios

v Artesanato

v Leitura

 

Cursos:

v Violão

v Computação

v Línguas

 

Serviços disponíveis durante o projeto:

v Lanchonete

v Lan-hause

v Biblioteca

v Videoteca

 

 

Responsável pelo projeto: coordenação ampliada da PJMP

 

Material necessário:

v Limpeza

v Enfeites

v Pintura, artesanato, teatro

 

Planejamento:

v Três dias de retiro no final de dezembro

v Formar equipes diversificadas conforme as atividades que serão desenvolvidas.

v Formar uma equipe econômica que ajude a arrecadar fundos

v Elaborar o projeto e planejar a divulgação

v Pensar e contatar pessoas também de fora que poderiam ajudar nas atividades (Giorlando, meninos de Miguel Calmon[louvor], etc.).

sábado, 2 de maio de 2009

A PJMP festeja o 1º de maio






No dia 1º de maio a PJMP de Tapiramutá juntamente com o Movimento Fé e Política de Tapiramutá, , a Pastoral do Menor, o MST e as comunidades paroquiais comemorou na comunidade de Volta Grande em Tapiramutá, o dia do trabalho.
O evento contou com um grande número de pessoas de várias comunidades.
Foram realizadas várias apresentações e alguns minutos de reflexão por representantes dos diversos movimentos presentes sobre a atual conjuntura sociopolítica durante o percurso da caminhada.